24 de dezembro
Festa de natal
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A tarde tinha passado voando que ela nem notara que já era hora de subir se quisesse se arrumar decentemente, então com a árvore montada no centro da sala, todos subiram para seus quartos, e é claro o dormitório feminino estava a mil. Os sapatos estavam para todos os cantos, e em cima das três camas os vestidos de inverno se espalhavam enquanto elas se decidiam... Ou se confundiam mais.
No final das contas ela optou por uma roupa clássica como era de costume, e um pesado casaco de pele cinza caso precisasse sair da casa. Grazi se concentrava em ajudar Marina com seu cabelo e então Charlotte aproveitou para dar uma espiadela na decoração e saiu de fininho.
Ela desceu as escadarias fazendo o mínimo de barulho com os saltos, e seus olhos se encheram com o hall de entrada que estava magicamente decorado com uma mini cidade natalina, uma pequena Maria fumaça ia pelos minúsculos trilhos, e os duendes de mentira embrulhavam pequenos presentinhos... Era tudo tão mágico... O trenó do papai Noel estava lá estacionado onde seria a casa dos Noel... Ele era vermelho e dourado e as renas estavam logo a frente. Charlotte quis parar de se achar grande e começar a brincar ali mesmo, mais se lembrou que estava escondida e ela ouviu uma conversa vinda da sala do piano... A tia estava lá.
Era melhor retornar para o quarto antes que fosse pega e a tia a colocasse para tirar os gnomos do jardim como castigo, mais uma segunda voz conhecida a fez ir de encontro a sala... Não poderia acreditar no que estava ouvindo! Antes que pudesse se controlar seu corpo já havia colado no hall de entrada sem que ninguém pudesse vê-la, mais onde podia escutar tudo perfeitamente.
- Ela foi atacada! Não posso deixar que continue lá... Anne como você não me avisou isso, minha filha foi atacada por um psicótico e ninguém faz nem questão de me mandar uma coruja!
- Eu sei muito bem que você a tiraria de Hogwarts, e pela primeira vez ela tem amigos... E como eu já disse, ele só a assustou, Charlotte não sofreu nenhum tipo de ferimento, eu nunca a deixaria lá se fosse isso!
O clima na sala estava tenso e Charlotte podia ouvir seu próprio coração de tão nervosa, suas mãos estavam incontroláveis, tremiam tanto que ela achou que fosse desmaiar.
– Não quero saber se tem amigos! Irei assumir a direção
da Beauxbatons no próximo ano e ela vai ser transferida... Você traiu minha confiança... Charlotte é MINHA filha e você é apenas tia dela!!!
– Parece que você não ligou pra isso quando a mandou pro internato! Quando você a escondia de toda a família...
– Eu não te coloco daqui pra fora porque tem gente de família importante aqui... E não quero que achem que embaixo desse teto acontecem tais traições.
Quando as últimas palavras foram ditas, Charlotte pensou em entrar no meio e impedir que a tia fosse mandada embora, mais se lembrou que ela não podia com sua mãe, não tinha coragem para enfrentá-la, suas únicas forças a levaram até o escritório de seu pai, ela precisava de alguns minutos para digerir aquilo tudo.
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Já era hora descer, agora a dona da casa havia retornado ao lar e esperava seus convidados ao pé da escada. Era uma mulher elegante e bonita apesar de aparentar uma certa idade, ela vestia uma blusa preta de tecido fino e mangas compridas, a calça era simples e clara, todo o mérito ia para a jóia que ela carregava no pescoço que de simples não tinha nada, eram diamantes graúdos... E quem soubesse da história que ela tinha com a mãe, que graças a Merlin era apenas Lucian, nunca acreditaria, pois o sorriso e o olhar doce daquela mulher escondiam perfeitamente a megera que Charlotte conhecia muito bem.
Anne estava ao lado, vestindo uma roupa clássica e branca, coisa que não tinha nada ver com ela... Era claro que estava assim para não agüentar sua irmã torrando o saco.