Pior que cego em tiroteio!
{Narração}
Falas
Falas Alheias
{Aquela maldita coruja, eu juro que um dia a estrangulo e dou-lhe de presente para um trasgo. Por causa daquele ser repugnante que me fez perder no mínimo uns três quilos – se eu continuar assim, vou sumir – correndo atrás dele por horas e mais horas por todo o castelo, todos me achariam louca, sim, talvez nunca mais fossem achar que eu era alguém normal.
Eu devia estar parecendo uma bruxa, não no sentido real da palavra, mas sim como uma ofensa que a gente faz para aquela professora chata ou aquela tia horrível, com um cabelo pior que bombril, o nariz gigante com uma verruga na ponta, extremamente gorda e com a voz de galinha botando ovo. Tá, eu nem sei como é a voz da galinha quando ela está botando ovo ou em qualquer outro momento, porque galinhas não falam em situação alguma.
Sentei-me ao lado de Charlotte e um garoto que estava com ela. Eu estava super-hiper-master-blaster irritada, mas não havia nenhuma necessidade de ser mal educada com os dois.}
–Claro... Senta ai... Ah, Esse é meu amigo, Jack Lennox.
{Sorri para o garoto, ele era uma “gracinha”, daqueles que dá vontade de apertar as bochechas e bagunçar o cabelo. Jack levantou-se e me deu um beijo na bochecha, que fofo que ele é, além de ser bonito é educado, um sonho de consumo.}
-Jack Lennox Vivaldi, a seu dispor... A senhorita é?
-Louise, Louise MacDougal... Pode me chamar de Loui. Pode rir, parece nome de gato.
{Eu sabia que meu nome parecia com de gato, uma amiga minha quando eu era pequena tinha um gato chamado Loui. Já não me importava mais com piadinhas que as pessoas faziam em relação ao meu nome, eu mesma gostava de fazer isso.}
-Tá sabendo da festa que estamos planejando na liga comunal?
{Fiz uma cara de surpresa, eu não sabia de absolutamente nada, por que será que eu sou sempre a última a saber das coisas? O.k, não vou ser melodramática, mas não é justo, eu tinha que já estar sabendo dessa festa e já ter a roupa pronta.}
-Festa?
{Sorri, aquilo me animava. Festa significava: Mexer o esqueleto, comer e ficar observando os carinhas bonitos.
Estava em minhas fantasias de qual roupa vestiria, quando um garoto, que anteriormente estava voando em uma vassoura, trouxe aquele desgraçado filho de uma mãe do Jano. Eu juro que se não fosse o fato do garoto ter sido tão gentil, eu pegaria a coruja e faria ensopadinho.}
-Bom anoitecer, Jack, Charlotte, acredito que esta coruja seja sua bela e jovem dama, e ela tem uma mensagem para você.
{Bela e jovem dama? Jesus, de onde surgiu essa criatura tão formal? Eu não falo assim nem com meus pais. Acho isso tão bacana, queria poder falar dessa forma. Os dois ao meu lado não pareciam estar muito contentes com a presença daquele formidável rapaz. viu, eu falei bonito agora?.}
-Obrigado admirável rapaz, é muita gentileza sua.
-Prazer em conhecer, meu nome é Ctaaciug, qual sua graça?
{Tudo bem Louise, contenha-se, não ria do nome dele. Louise, não ria. Estava me segurando para não gargalhar, era um nome diferente e tudo que é diferente desperta um certo sentimento, poder ser qualquer um e em mim acabou causando uma vontade imensa de rir.}
-Eu sou... – {segura e não dê risada Louise, o seu nome parece com o de um gato, não ria} – sou... Lo... Lo – {respirei fundo e continuei } – Louise, o prazer é todo meu.
–Ctaaciug, que surpresa agradável! O nariz vai bem? – {disse Charlotte e eu voei total, pior do que quando estou montada em uma vassoura.
O que ela estava dizendo com aquilo? Olhei de Charlotte para Ctaaciug e de Ctaaciug para Charlotte com as sobrancelhas levantadas, não tinha entendido nada, mas tudo bem, eu continuarei aqui, sem entender nada, enquanto ela é irônica com ele.}
-Desculpe a descortesia, mas preciso me apressar para um lugar.
{Sorri para ele, peguei a carta e tentei inutilmente pegar Jano, mas não me resta sombra de dúvidas, essa coruja me odeia completamente. Logo que tentei pegá-lo, ele saiu voando novamente, sem nem ao menos olhar para mim. Essa coruja que vá depois pedir comida para mim para ver o que ele vai receber, ele que espere.
Ctaaciug disse que precisava falar com Charlotte posteriormente. Enquanto ele já estava se afastando, a garota disse para ele buscar o banquinho e esperar, mas ele acabou não ouvindo, pois já estava afastado.
Foi ai que eu voei mais ainda, eu boiei na batatinha, escorreguei na maionese. Gente, eu estava mais perdida que prostituta no dia dos pais. Olhei para os dois com cara de quem não estava entendo nada e eu realmente não estava.}
-Eu sei que não é da minha conta, mas eu estou mais perdida que cego em tiroteio, alguém poderia me explicar o que aconteceu?
{Eu me sentia excluída, como se omitissem de mim algum fato importante da história e isso dificultava minha compreensão com os fatos. Tá, estou sendo melodramática mais uma vez, mas não faço isso por querer, é a força do hábito. A curiosidade de saber o que estava acontecendo ali foi maior que a vontade de saber o que estava escrito na carta, que a momentos atrás eu estava doidinha para saber o que era.}