Em tudo lembrava uma sala oriental. Dos lindos desenhos bordados que caiam das paredes, imitando uma tenda. O tapete persa ricamente trabalhado cobria o chão. Onde uma profusão de almofadas de cetim, variando em tons de vermelho com dourado e púrpura com prata, proporcionavam conforto a quem quizesse ali repousar. O cheiro de sândalo era suave e agradável e a iluminação era intimista.
Quando andava pelos corredores rogando um lugar onde poder conversar em paz com o namorado, sobre o ataque que ele sofrera na floresta, nem de longe imaginara um lugar como aquele. Mas como a sabedoria da sala precisa ia além da compreensão imediata do pedinte, aceitou sem protestar.
A questão era se ele encontraria a sala do mesmo modo. Mandara ainda cedo uma coruja até a sala do Liga Comuinal, pedindo que ele viesse ao seu encontro. Desde que ele teve alta da enfermaria pouco puderam falar sobre o assunto, uma vez que ele precisava recuparar as aulas que perdeu estando internado.
Enquanto andava de um lado para o outro, resolveu entrar no clima da sala e transfigurou suas roupas para algo mais adequado.
- Música por favor - pediu à sala. No que foi prontamente atendida com o ritmo de compassados tambores árabes. O som ecoando em seu coração. Fechou os olhos e deixou seus quadris fluirem no mesmo compasso. As moedas que adornavam o lenço na cintura entoam um mantra e ela se desligou do que havia a sua volta. Agora Marina era apenas ritmo e movimento.