Narração
- “Pensamentos”
- Falas de Lidily
Falas de Alex
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- Falas de Graymor, avô de Lidily
- Falas de Alfred, pai de Lidily
O olhar de Lidily para Wise não era o mesmo. O que um dia foi olhar de paixão, hoje se transformara em olhar de ódio. Seus dedos apertavam-se uns nos outros. Seria de se surpreender se Lidily não batesse em Wise, mas o desejo de dor pulsava em sua mente. Crucio poderia ser um bom feitiço para usar, mas poderia vir com grandes conseqüências. Só pode usar um feitiço desse porte tendo raiva, e raiva era o que mais Lidily tinha. Não só a raiva em si, mas vários outros sentimentos comparados com ódio, vingança e frustração. Fitou Wise com um olhar frio e cruel. Começou a caminhar até a mesa dele, falando alto e com um tom de raiva.
- Wise, sua barata nojenta, maldita e asquerosa! - Lidily chega de frente para Wise e bate em sua mesa. - Como você pode me usar? Como?! - Gritava a garota enquanto batia com força na mesa de Wise. - Eu... Eu... Odeio-te Frederic! Odeio!!! - Grita Lidily.
Começou a encarar Wise e por um momento Lidi se lembrou de seu irmão. Cenas do fim de ano, junto com Alex, passaram nos pensamentos de Lidily, e ela se lembrou do que ele dissera para ela.
~-~-~-~-~- Flashback ~-~-~-~-~-
Lidily estava sentada no sofá da sala da casa de seu avô, quando Alex veio perturbar-la. Alex começou a fazer um monte de perguntas e os dois ficaram zoando um com o outro.
- Lidi... E aquele menino da Sonserina? Aquele chato e irritante... Aff... Como o odeio... - Disse Alex fingindo ter arrepios, ao lembrar-se de Edward.
- Quem? O Edward? - Disse Lidi rindo. - Acho que... Os terminamos. Depois do natal, ele nem se quer falou comigo. Então... Acho que acabou. - Disse ela séria.
- Até que fim. Aquele idiota mestiço, sangue-ruim. - Alex fez uma cara de nojo.
- Mestiço? Sangue-ruim? Ele não era mestiço Alex, nem sangue-ruim. E... É feio chamar as pessoas assim sabia? Não pode. - Disse, enquanto olhava fixamente para Alex.
- Ah... Para de ter dor dos outros. Se for ou não isso eu não sei. Mas ele envergonha a classe dos bruxos puro-sangue. - Alex ainda fazia a mesma cara de nojo.
Lidily joga uma almofada em Alex e ri. Os dois ficaram zoando um com o outro, até que o pai de Lidi surge, brevemente, na sala conversando com o avô da garota.
- Pai eu sei, mas... Não podemos deixar assim. Imagina se a sociedade bruxa descobrir? Será um caos total! - Dizia Alfred, pai de Lidily.
- Aquele lugar que está um caos. Precisamos melhorar tudo. Cada um no seu devido lugar. Honre a família Alfred. Honre Slytherin! - Disse Graymor enquanto apontava para o quadro que tinha a imagem do fundador de Slyterin, Salazar.
Alfred olha com indiferença para seu pai. Ele abaixa a cabeça e diz para Graymor: - O problema é que eu não sou de Slytherin. Todos devem ser tratados como igual. Acho que nunca entenderei esse seu jeito de superioridade. Todos são iguais... - Alfred olha para seu pai. - Não há diferença...
- Há diferença sim. Nós, puros-sangues, somos melhores e temos que mostrar isso a todos. Temos que mostrar para todos onde eles devem ficar. Se não podemos eliminá-los de vez, podemos só melhorar o ensino. Eu ajudarei o ministro no que ele precisar e a cada decisão dele, saiba que eu nós estamos honrando Salazar. - Diz Gray interrompendo Alfred.
- Do que adianta ter prestigio e uma marca, se de nada vale? Minha FAMÍLIA nunca será assim. Ela nunca será como você quer.
- Você diz isso por você e pela sua mulher de sangue-ruim. Não diga isso por eles. - Graymor olha para Lidily e Alex que estavam sentados no sofá.
- Eu tenho nojo de você! - Alfred olha fixamente para seu pai e sai do local.
Lidily não entende nada. Só vê seu avô sorrindo para ela e para Alex, e logo em seguida sai também. Lidi olha para Alex, que estava sorrindo.
- O que... O que foi isso? - Pergunta Lidi.
- Parece que o ministério vai intervir em Hogwarts, e papai está totalmente contra. Por mais que seu cargo seja alto, no ministério, ele não tem poder nenhum. Você sabe como o Ministro Bernard, e o vovô são amigos não sabe? Por mais que o papai seja contra, não há nada que ele possa fazer para mudar isso. Tirando o fato de que a nossa família é bem considerada no ministério. Não só lá, como no mundo bruxo também. Nossa família é uma das mais antigas que existem, e ainda somos descendentes de Salazar Slytherin. Por tanto, somos descendentes próximos de Lord Voldemort. Vovô certa vez, disse que foi um absurdo Harry Potter ter derrotado o Lord das trevas, se bem que ele também diz que ele ainda voltará. Bom.. Se voltar ou não, isso eu não sei, mas de fato, Hogwarts não será mais a mesma. Eu concordo plenamente com o vovô e com o ministro. Está na hora de botar aquela pocilga para funcionar direito. Ele Fez certo em colocar seu irmão, Wise, no comando da escola. Assim ficaria mais fácil a mudança... Ele é um gênio. - Alex olhou para uma parede onde só tinha quadros de pessoas importantes. Em um dos quadros, havia a imagem de Graymor e do ministro Bernard.
Lidily fica pasma com que escutara do irmão. Não sabia o que falar, nem em o que pensar. Após alguns segundos ela olha para o irmão. - Mas Alex.. Isso é loucura. Imagina se a sociedade bruxa descobrir? Iria causar uma confusão enorme.. Nem todos estariam de acordo... Isso.. Isso é loucura. - Disse Lidi.
- Mas uma que concorda com o besta do Alfred. - Alex se levanta e começa a caminhar. - Lidily, eu sei que você é boa e tudo, mas... Você não percebe? Nós não podemos nós misturar com essas raças. Nós somos puros-sangues. Eles devem estar abaixo de nós. O ministro não fará nada mais que sua obrigação. Hogwarts deveria ser uma escola onde só os puros-sangues deveriam estudar. Não essa mistura... Se nós somos melhores, porque nos misturar com piores? Não seja tola que nem o Alfred. - Alex olhou para Lidi, sorrindo sarcasticamente.
- Ele é seu pai. Não o chame de Alfred! Ele é seu pai! - Grita Lidily.
- Não importa! - Retruca Alex com o mesmo tom de voz. - Ele é um idiota por desonrar nossa família. Do que adianta ser boazinha se todos fazem de tudo para ver o seu mal? Do que adianta em Lidily? Do que adianta ter amigos, se todos te traem? Você só pode contar com uma pessoa só... Com você mesma. Para de ser boa com as pessoas. Elas não são boas com você! Sabia que você sabe falar a língua das cobras Lidi? Uma vez a cobra de estimação da Misth saiu do aquário dela e ia te picar. Você só tinha 5 anos, mas conseguiu fazer com que ela não fizesse nada com você. Sabe por quê? Por que você falou com ela. Eu vi. Todo mundo viu. Seu pai já te contou isso? Não! Porque não contou, em Lidily? Não contou porque tinha medo! Não vem com essa de que era pra te proteger. Não era pra “TE PROTEGER” e sim proteger a ele! - Disse Alex em um tom de voz alto.
- Isso não é verdade! Ele contaria. Ele contaria! - Gritou Lidily.
Alex foi em direção a Lidi que estava em pé no sofá, e olhou nos olhos dela. - Porque eu mentiria pra você? Sou eu que cuidei de você. Eu sou seu irmão. Quando você tinha 7 anos, lembro-me que um dia nós fomos ao zoológico. Lembra o que você disse naquele dia? Lembra Lidily? - Disse Alex, encarando a garota.
- Eu... Eu.. - Lidily se lembrava claramente do dia. Lembrava, não só de tudo que aconteceu, mas como do que disse. - Eu... Ouvi um animal falar. Eu o escutei. Era uma co... Uma cobra. - Disse Lidily com os olhos trêmulos.
- Então me responda.. Porque eu mentiria? Você mesmo sabe disso. - Alex sorriu. Era um sorriso tenebroso. Tão tenebroso, que parecia o mais frio e cruel menino que Lidi conhecia.
Lidily sentou-se no sofá. Sua mente estava girando e ela não sabia se focar em algo. Sem duvida, Alex não mentira para ela, mas será que tudo era verdade? Lidily queria achar a resposta para isso. Alex então se abaixou e ficou de joelhos no chão, de forma com que olhasse nos olhos da garota. Seu olhar era tão denso que Lidily sentia como se ele fosse engolir sua mente.
- Não seja tola. Você é mais poderosa do que pensa. Ainda terá bastante coisa para aprender, portanto volte a Hogwarts mais forte. Não esqueça quem você é. Se eles são cruéis com você, porque você não pode ser com eles? Esteja sempre com os mais fortes. Finja ser amiga deles e no fim... “Bum!”.. Traque todos. Os aprisionem nas armadilhas que criaram. Não seja tão tola, seja esperta. Aprenda, mas não deixem aprenderem com você. Se eu te conheço bem, você ficará contra o ministério, e também contra o Frederic. Você irá se vingar dele, por ter usado você. Sei que você irá se vingar dele. Você não aceitará as divisões. Irá querer que a escola volte ao normal, portanto, irá enfrentar a todos. Mas não se esqueça... “Nosso” pai trabalha no ministério. Se você fizer, ou organizar, uma rebelião em Hogwarts isso será conspiração. Portanto, o ministério não terá dó de mandá-lo para Azcaban. Então Lidily, use a cabeça. Torne-se forte. Use todos. Finja ser amiga e os traia. Você confia... Mas no fim eles te traem. Não tenha a mente fraca e se vingue de quem te traiu, fez mal, zombou e até de quem não fez nada. Mostre que o sangue de Slytherin corre em suas veias. Mostre que você pode ser mais forte de que qualquer professor medíocre daquele castelo. Seja ao nível dos seguidores do Lord das Trevas. Não seja o mal... Se torne o mal. - Alex se levantou, deu uma leve batida em sua calça, e saiu em direção à porta. Antes de sair da sala ele voltou seu olhar para Lidily. - Se eu fosse você falaria com Wise. Pode ser petulante com ele, afinal, ele não passa de uma criança idiota que tenta comandar algo, mas que no final ainda fica às sombras do irmão mais velho. Depois sugiro que investigue Satrissa Lautrec. Ela é linda, maravilhosa, mas é estranha e te algo a esconder. - “Parece que a felicidade não surge a anos em sua vida.” - Comentou Alex em um tom baixo. [/color]- Tente descobrir mais sobre ela. Talvez ela possa ajudar, ou não. Você é idiota de mais para receber um conselho que vale apena. E se você ainda duvida preste atenção no banquete de boas vindas. Será bem interessante. [/color]- Alex solta um sorriso, abre a grade porta de mármore e sai.
Lidily não sabia em que pensar, só sabia que Alex estava certo, tanto nas palavras que dissera, como no que ela faria. Ficou até no mesmo local, até que a elfo domestica Maya, á chamou para o jantar.
~-~-~- Fim do Flashback ~-~-~-
Sua cabeça então voltou a si. Parecia que a garota havia entrado em uma penseira, mas agora sua mente estava clara. Não sabia o que Wise diria, ou faria, só tinha a certeza de que tudo dependia de suas palavras e ações. Com certeza, ele havia mudado. Lidily sentia isso no ar, enquanto o olhara profundamente no fundo dos olhos.
- Eu confiei em você. Achei que era diferente de todos, mas não é. Todos eles tinham razão. Diziam que você não se importava comigo, que só queria me usar, mas eu não acreditei neles. Eu acreditei em você! Eu confiei em você! Então porque você não confiou em mim? Por quê?- Pronunciava Lidily em um tom alto, enquanto ainda olhava fixamente para Wise. Lágrimas começaram a rolar de seus olhos. - Eu estava do seu lado, e você simplesmente ignorou isso Frederic! - Era a primeira vez que Lidi o chamara de Frederic. Ela sempre o chamava de Wise, não só por respeito, mas sim porque era algo, mas fácil de pronunciar e de certa forma o jeito dela de mostrar carinho e respeito. Carinho era a palavra certa para descrever Wise, quando Lidily falava seu nome. Agora ele poderia ter a certeza de que ela não era mais a mesma.
Lidily não estava com medo de mostrar a Wise que ela estava arrasada com ele. Medo era algo que ela não iria sentir naquele momento.