Cassio caminhavaa passos rápidos mas cautelosos. Seus olhos varriam a escuridão da floresta em busca de alguma pista sobre o acidente com a Prof.ª Briant. Nada até agora.
Sua respiração era lenta e calma, apesar de como ele se sentia. Depois de tantos anos, estar ali naquela floresta novamente era realmente assustador. Mesmo que ele já tivesse acostumado com situações adversas. Uma névoa fina e prateada pairava sobre as raízes das árvores. O ar estava muito frio. Ele não se lembrava de alguma vez, em seus tempos de escola, um tempo tão gelado naquele local; nem mesmo no inverno. Seus ouvidos, atentos a cada ruído naquela escuridão.
Cassio estava saltando as raízes de uma secóia gigante quando percebu o som de vozes mais à frente. Ele puxou a sua bengala, e sua mão passeou por toda ela. Onde a sua palma havia passado, ficava mais fino e adquiria uma coloração castanho-avermelhada, da cor do mogno. O cilindro preto e ornamentado em prata tornou-se uma varinha, com um pouco mais de 25 centímetros. O professor ergueu-a, na altura da cabeça, pronto para qualquer coisa. Seus olhos varreram o perímetro, encontrando logo a seguir dois rapazes. Ele caminhou até mais uma árvore de aparência monstruosa e se escondeu atrás dela. Mesmo com sua experiência, seria arriscado ser visto. Então, ele lançou um Feitiço Desilusório em si mesmo.
Cassio passou, agil e velozmente, como um borrão em direção à outra àrvore, no outro extremo da clareira. Seus olhos conseguiram reconhecer um dos rostos , mesmo com tão pouca luz.
"O que o Robert tá fazendo aqui...? E com esse cara?"
Ele avançou para mais uma árvore, vendo-os de um ângulo onde a luz da lua banhava o rosto dos estranhos mais intensamente. Com sua varinha em riste, ele concentrou-se em três coisas bem distintas. Primeiro, Asrael não estava mais com ele; e já a algum tempo ele não ouvia mais o seu amigo. Segundo, ele passou a ouvir cada palavra dita pelos rapazes na clareira, e estava abismado com a criatura em forma lupina entre eles. E terceiro, direcionou seus pensamentos para Shiba e Asrael.
"Por favor, funcione..." - ele esperava que as aulas que tivera com Shiba servissem para algo, mesmo que ele não tivesse dado muita atenção a isso. - "As, Takeru... Eu estou aqui, no meio da floresta... Tá acontecendo uma coisa muito estranha aqui... O Robert... Ele tá conversando com um outro cara, muito... Muito suspeito. Acho que pode ter a ver com o incidente com a Prof.ª Briant. E, se não, deve ser importante, pelo modo como eles tão agindo."
- Ele sentia o seu cérebro ferver. Uma ligação antiga, mas eficiente entre a mente dos três rapazes. Cassio enviou para eles uma imagem da clareira e do modo como chegou ali. Logo depois, mostrou-lhes aquela criatura. - "Shiba... Acho que isso é um Patrono, mas não tenho certeza... Creio que deva ser bastante interessante pra você... Por favor, venham logo. Isso é urgente!"
De forma brusca, a ligação foi interrompida, ele ficou observando os homens. A qualquer movimento estranho, ele agiria. Agora, só restava aguardar uma resposta...