Eu estava sem reação. Quando vi o corpo do vini caido no chão, sem se mover, juro, algo gelou e quebrou dentro de mim. Eu não queria fazer isso. Minha varinha escorregou da minha mão, mas eu nem percebi. Só olhava aquele corpo, estendido no chaão, imóvel. Não percebi mais ninguem ao meu lado, agora estavamos apenas Vinicius e eu, ninguem mais. Onde foram parar as outras pessoas? Eu mandava as ordens para meu cerebro, vamos até ele. Mas parece que algo tambem rompera a ligação entre cérebro e membros, porque por mais que eu tentasse, eu não conseguia sair do meu lugar, minhas pernas não me ouviam. Meus braços estavam pesados e minha mente ... como estava minha mente?
Eu não conseguia pensar em mais nada. Ela não se mexe, eu .. eu.. o matei??? Em minha mente eu gritava, gritava o mais que podia, mas o grito não chegava a garganta. Meus olhos estavam fixos no garoto, em mais nada.. Ao longe ouvi um sussurro, uma voz doce e desesperada...
Lya, ele não se move, o que você fez amiga?
Eu ouvi mesmo isso?? Tudo a minha volta pareceu voltar aos poucos.. Essa voz ficava ecoando na minha cabeça, Lya o que você fez, o que você fez... mas no final, a voz ficava agressiva... como que Não se conformasse com isso. Logo comecei a cair em mim, Não era sonho, ele ainda estava ali caido no chão, o professor Asrael agora estava do seu lado, ele falava, fazia coisas, que a minha mente não processava. Não processava, eu não conseguia fazer nada, me sentia, abalada, em choque. Eu queria correr para longe, mas não consegui. Queria cair no chão e chorar, mas não conseguia. Queria pedir desculpas, mas não conseguia... minha mente estava me trancafiando ali. Eu estava presa dentro de mim..
Eu estava começando a ficar palida, eu estava transpirando, e não havia motivo para isso. Minhas mãos estavam umidas, assim como todo o resto do meu corpo. Meu suor era frio, denso. Eu sentia minha pulsação rapida, e acelerando ainda mais. Minha respiração estava curta e rapida. Eu quase não sentia o ar entrar e preencher meus pulmões. Eu comecei a tremer, sentia frio, muito frio. Eu nao consegui falar nada, não conseguia me mover. O que você fez, isso ainda ecoava pela minha mente. Apertei a mão, tentando sentir a varinha, minha vontade era de quebra-la, em varios pedacinhos. Mas não ha senti. Ela não estava mais em minhas mãos. Tentei puxar o ar, e ele veio de uma vez, me causando nauseas. Contra a vontade me abaixei e senti que ia por tudo que tinha para fora, mas nada vinha. Quando tudo passou senti minhas pernas cederem, mas não foi para obedecer minhas ordens, foi para me levar ao chão de joelhos. Um soluço saiu pela minha garganta. Eu me importava, eu me importava. Agora toda a cena vem novamente a minha mente, a cara de Beca, o sorriso de vini, minhas mãos agarrando a varinha e lançando o feitiço. Tudo claro, ele subindo e sua cara de assustado, depois decendo a toda velocidade e o baque oco. Depois, naada mais.. eu não me lembrava de mais nada. Eu não queria machuca-lo, só.. queria..
"O que eu queria??"
Ouvi minha voz, e outro soluço explodiu em minha garganta. Agora ouvia alguns sussurros. A voz do professor era a unica que eu ouvia com claresa...
Senhorita seu amigo parece que teve sorte ele poderia ter tido ferimentos mais graves e as sequelas poderiam ser bem mais efetivas.
Se quiserem treinar para duelos tenham sempre um professor como mediador, e se alistem no clube de duelos.
Sequelas, ele teve sequelas. Um choro sentido saiu rasgando minha garganta, eu não queria ter feito isso. Nao queria machucalo. Queria? Alguma coisa me disse que sim, que eu queria machuca-lo. Mas eu machuquei. Só depois percebi que ele estava acordado e explicando para o professor o que havia acontecido. Mas não era a verdade. Eu agi de forma covarde, eu .. Minhas mãos cobriram meu rosto, meus joelhos estavam formigando, o que eu tinha feito?